Olhando para ele, assim, sem mais, sem outra referência, sem outro pormenor, ninguém o diria órfão de pai. Corpo bem talhado, figura composta, saudável, era o que ele era e parecia. E estas não são propriedades ou aparências de um órfão de pai. Como habitualmente são estimados os órfãos de pai, ele deveria ser tísico, sem pose, feio feito, triste. Deveria carregar a culpa de não ter pai. Deveria mostrar-se constrangido, sem sorriso, derrotado pela vida. É que quando alguém mata o pai não pode dizer apenas que o seu pai morreu. Não é exacto. Os pais não morrem por acaso quando são assassinados pelos próprios filhos. O Marquês.