Aconteceu. Consta que pagar por horas extraordinárias fictícias era uma prática recorrente na Câmara Municipal de Lisboa, um modo de, supostamente, compensar alguns funcionários municipais de categoria superior. Porém, uma técnica superior do Departamento do Património Cultural insistiu em devolver dinheiro que indevidamente lhe havia sido pago por conta de horas extraordinárias que não havia feito. Parece que foi um calvário. Ninguém, nem mesmo o anterior presidente da Câmara Municipal de Lisboa, pretendia ceder ao excesso de zelo cívico da impertinente e ingrata funcionária. Como eu os compreendo, os que a tentaram dissuadir. Mas há sempre uma criatura mais teimosa, que, irra!, insiste em ser decente. Devia ser castigada por isso. O Marquês.