Chicoteou-o. Lambeu-lhe as feridas. Humilhou-o. Saciou-lhe a sede. Amputou-lhe uma orelha. Sentou-o numa cadeira. Espetou-lhe um punhal na mão esquerda, cravando-a na mesa. Sorriu-lhe. Arrancou-lhe os olhos, mastigou-os demoradamente. Acariciou-lhe os ombros. Esventrou-o. Disse-lhe até logo. Ele morreu, morreu numa agonia que se esgotou lentamente. E ela não voltou ao local do suplício, sabia-o vencido, curvado sobre as suas próprias entranhas, condenado à morte, morto. Nenhuma mulher tem saudades imediatas do homem que matou. O amor torna sempre depois, como um fantasma, que a solidão ensina a domesticar. O Marquês.