O amor entolece, entonta. A paixão ainda origina pior, demencia e estanca o trânsito automóvel. O Pedro sabe-o. Aprendeu pela melhor forma. Sofreu-o. Experimentou-o. Foi vítima. Como ele, entendo que é inadmissível que um beijo estorve o fluxo de uma artéria urbana. Nada nos deve deter. Mais ainda, é intolerável que um beijo de estranhos possa resistir à onomatopeia ostensiva do claxon do carro cujo volante está confiado às nossas mãos. Primeiro o decoro, o recato. Depois, só depois, o amor. E, por princípio ecológico, nunca na rua, por ser hipótese que perturba o trânsito, a liberdade de circulação. O Marquês.