Ninguém acreditava nele. Havia sido um diplomata de carreira, com postos ilustres no mundo. Porém, ninguém acreditava nele. Um dia espantou os incrédulos, todos, e os outros. Apareceu à porta da igreja com as mãos tingidas de sangue, sangue fresco, ainda não coalhado, que lhe escorria entre os dedos. Disse, "este sangue traz o crédito de uma vida, uma vida que verti nas minhas mãos; agora, podeís acreditar em mim". Aconteceu que ele não foi julgado pelo crime hediondo que cometeu, o martírio de um rapaz que haveria ainda de ir às sortes e à tropa. A loucura é perdoada. E, por louco ter sido tomado, ironia do destino, continuaram a não acreditar nele, o senhor embaixador. Embora o sangue da vítima que lhe escorreu entre os dedos, esse, fosse verdadeiro. O Marquês.