A menina tem um ar coquete. É urbanita, nota-se como conjuga e jinga o corpo. Mas compôs-se como uma camponesa. Certamente tem horror ao bucólico, ao rústico. Arrepiar-se-ia se, perto, visse uma vaca leiteira a ser ordenhada. Abominaria o cheiro dos currais das bestas. Largada numa eira ou numa adega teria saudades do têxis em que vive, do condomínio, da rua, da cidade. Mas, como uma macaquinha de imitação, hoje, carregou, mostrou quando foi ao cinema, uma alcofa daquelas que já nem as velhas aldeãs têm para levar ao mercado ou à mercearia para trazer a novidade fresca ou os géneros. Este é, aliás, um dos mais bizarros paradoxos da modernidade tardia, a reciclagem do outrora saloio e vetusto em matéria cool e teen e vice versa. Não há, enfim, gosto que valha. Anda tudo doido. O Marquês.