A senhora provedora da Casa Pia, na declaração que fez ao país na passada terça-feira, foi assessorada pela assessora para a comunicação social do senhor dr. ministro da Segurança Social e Trabalho. Mas o que suscitou a sua declaração, segundo palavras da própria senhora, foi o apelo das vítimas. Tudo montado, tudo como nas novelas. O plateau, a fulana, carregada com o fardo da idade, com uma voz pungente, a clamar por justiça, e a dizer que todos, nós todos, somos responsáveis pelo que está a acontecer. Como não aprecio generosidade de qualquer tipo, declino a quota de responsabilidade que a senhora me pretendeu atribuir. A quem aprouver que fique com ela. Nada tenho a ver com o assunto. Não sou comunista. Não como criancinhas ao pequeno-almoço. Ou a qualquer outra refeição. Nunca me deu para aí. Prefiro os adultos que, quando a dor lhes é infligida, guincham. Pois há neles, maiores, mais adultos, uma autenticidade que não está disponível seja na infância, seja na puberdade. O Marquês.