Na derradeira carta pastoral, a Conferência Episcopal Portuguesa enunciou os pecados sociais, em número igual aos dias da semana e aos pecados mortais, sete. Atente-se, porém, no último dos sete pecados sociais vincado na epístola, que é "a exclusão social, gerada pela pobreza, pelo desemprego, pela falta de habitação, pela desigualdade no acesso à saúde e à educação, pelas doenças crónicas, e que atinge particularmente as famílias mais carenciadas, as crianças e as pessoas idosas, e determinados grupos sociais". Ora, por este enunciado, quem é que tem de ir ao confessionário e rogar perdão pelo pecado da exclusão social? Os seus pacientes e sujeitos, ou seja, os pobres, os desempregados, os sem casa, os que têm dificuldade em ir ao hospital e à escola, os doentes crónicos. Na prática, por certo, todos aqueles que padecem da mortalmente pecaminosa preguiça. Pois... e eu é que sou o sádico, o mau. O Marquês.