Danado me penitencio. Afinal o rigor das gentes do Ministério das Finanças é ainda mais apurado do que, por grossa sugestão da imprensa autóctone, me apareceu ontem. A verdadeira estória é como se segue. A primeira estimativa referente ao défice do Orçamento do Estado para o corrente ano foi de dois vírgula quatrocentos e trinta e sete por cento, até às milésimas, como se observa, do ProdutoInternoBruto, vulgo PIB. A segunda estimativa, corrigida em alta, aquela que foi anunciada por estes agoras, é de dois vírgula novecentos e quarenta e quatro por cento do PIB. Se a coisa fosse dois vírgula novecentos e quarenta e cinco era completamente diferente. Dois vírgula novecentos e quarenta e cinco arredonda-se para dois vírgula noventa e cinco e dois vírgula noventa e cinco arrendonda-se para três. Portanto, ao contrário do que afirmei ontem, é por uma milésima - e não por uma centésima - que, em números redondos, segundo o que prospectiva a senhora dr.ª ministra de Estado e das Finanças, o défice orçamental cifrar-se-á abaixo dos três por cento. A precisão da referida estimativa é, pois, maior do que a julguei ontem. Assim como o meu desejo de ser como a senhora dr.ª ministra de Estado e das Finanças. Apenas continuo a repudiar, em igual intensidade, a matéria que lhe faz a face, o pau. É uma alergia minha. Um danado completamente diferente dos outros, Gregório R.