O artigo do José estampado hoje no Público é uma armadilha, uma ratoeira, onde, parece-me, ele próprio cai. A tese do José é que o terrorismo e o SíndromadaImunoDeficiênciaAdquirida não são comparáveis. Se não são comparáveis, suspeita-se que não seja possível estabelecer uma relação entre eles. Mas o José, lançado para diante, resvala para a contradição, por sustentar a sua tese com um argumento que assenta e acentua justamente a relação entre os dois factores. Escreveu o José, “o combate contra a epidemia da sida nunca será o beneficiário directo ou indirecto da secundarização da luta contra o terrorismo”, up!, upa! E depois, de imediato, acrescenta, “um mundo instável e perigoso é o melhor terreno para a proliferação da sida, particularmente em sítios como a África, onde a doença está inscrita profundamente na sociedade, sendo um factor de depressão económica e social”, down!, chão! O dispositivo tem a sua elegância, mas é fatal. Corolário: terrorismo e sida são comparáveis, mas não como o senhor dr. Presidente da República experimentou fazê-lo. Não é?, ó José! Segismundo.