Ela, exaltada, insistiu, a minha saia é fúcsia, não cor de rosa!; és daltónico ou quê? Ele, surpreso, fixou-a, olhos arregalados. Levantou-se da cadeira, dirigiu-se a ela, contornou a mesa, colocou-se à frente do seu espaldar. Desculpa, querida, disse. E perguntou-lhe, enquanto lhe acariciava o pescoço com as mãos, mas tua blusa é encarnada, não é? Ela reagiu, estás parvo?, o meu camiseiro é imaculado, branco, não vês? Colocada esta interrogação, súbito, ele pegou na faca de trinchar o pernil de porco que ceavam e rasgou-lhe duas das jugulares, precipitando um jorro de seiva sanguínea, glóbulos e plaquetas, que se derramou sobre o colarinho, o peitilho e uma manga, tingindo de rubro o tecido. Parece que estavas enganada, querida, sentenciou ele. Ela, braços vencidos, queixo caído sobre o peito, não retorquiu. O Marquês.