Uma das maiores delícias, ao sábado, é o espesso Expresso. E uma das maiores delícias do espesso Expresso é o rigor dos títulos e das manchetes. Semana após semana, num ritual rítmico semelhante ao da celebração da eucaristica dominical, é asneira à bojarda, grossa, saliente, quase sempre evidente. A propósito desse facto, regularmente verificado, neste tugúrio inventámos um lazerento exercício. Olhamos para a capa do espesso Expresso e, em reserva, apostamos sobre qual é o título onde suspeitamos haver estupidez alarve. Esta semana verificou-se uma unanimidade. O título, o segundo, estampado dizia: "morte não aflige GNR". Começa a ler-se o corpo da notícia e, logo na primeira frase, a prosa é como segue entre aspas, "a perspectiva da morte não é o que mais aflige os voluntários da GNR que vão para o Iraque". Ora, convenhamos, não ser o que mais aflige não significa que a morte não aflija. Mas para os moçoilos do espesso Expresso e seu intrépido director, o senhor arq.º, parece que sim. É bonita a estupidez franca. E impune. Porque se repete, sábado após sábado. E serve o nosso divertimento. Se assim não fosse, seríamos diferentes. Para melhor. O que é mau. Manifestamente mau. Segismundo.