As mulheres são criaturas inconvenientes na política, sabe-se isso de boa razão e desde o antediluviano fundo dos imemoriais primórdios da espécie. Fiel a este observado princípio, segundo o elenco de figuras estampado hoje na página doze do Público, no universo de sessenta e três lugares que compõem os órgãos do CDS/PP, seis são ocupados por mulheres. Qualquer coisa como, arrendondado às décimas, nove vírgula cinco por cento. É capaz de ser excessivo, não? Pois que em tal proporção o mal pode propagar-se e, tunga!, fulminar a congregação. Aliás, como qualquer aprendiz da arte sabe desde a sua rudimentar competência - se bem que neste pormenor os prometidos conservadores sejam mais precoces -, um partido político para ser um partido político tem que ser um autêntico «clube do Bolinha»: menina não entra. Ou isso ou está tudo estragado. É que elas são o diabo. E nisso o senhor dr. Paulo Portas, á grande homem!, não se engana. Nem é enganado. Nicky Florentino.