O pai para o filho, és um insuflado, acusou-o. Este, impregnado do propósito de contraditar o progenitor, cravou no abdómen uma agulha para fazer malha, com que a mãe lhe concebia as camisolas mais grossas, para o inverno. Feito o acto, o rapaz contorceu-se e prostou-se, afligido por uma lancinante dor. O fígado dele havia sido trespassado. O pai, impávido, olhou-o com manifesto desprezo, como sempre. És um insuflado na cabeça, não na barriga, seu estúpido, disse-lhe. Depois afastou-se e foi ver televisão. Agora, chiu!, quero ver o noticiário descansado, ordenou e explicou o pai. O Marquês.