Fala-se em crise, em carteiras pouco abonadas, em cartões com pouco crédito, mas parece-me conversa lamurienta. Pelas ruas do Minho são moles de gentios que nunca mais acabam. Era suposto, se a crise fosse mais do que apenas suposta, não haver assim tanto povo liberto, nas ruas, a exibir, eles e elas, os ombros torrados pelo sol. É assustador. Mas é o que é, triste paisagem. E isso assusta qualquer danado. Para além disso, é impressionante o império popular por estas paragens minhotas. Dentro das muralhas das fortalezas de Valença e de Monção o povo, sempre excessivo no (ab)uso da liberdade, descaracterizou completamente os lugares. A fauna e os casarios erguidos soterraram todo o espírito dos sítios, levando a memória sabe-se lá para onde. É mau, mau, mau. E confrange. Suspeito que o desgosto popular tenha uma capacidade predatória superior às dantescas labaredas que andam a consumir a pátria. Hic et nunc estou bravamente danado. Estou que nem posso. E devia estar melhor, danado de melhor saúde. Nicky Florentino.
Post scriptum, esta interrupção pouco deliberada do silêncio deste tugúrio é apenas o que é, um lapso. O silêncio torna por uns dias mais. Há mais Minho para desbravar.