Na última etapa do seu périplo por terras beirãs, o senhor dr. primeiro-ministro, com os pés assentes no distrito de Leiria, disse que “faz bem sair das intrigas políticas de Lisboa e falar com o país que trabalha e confia”. Ó homem!, olhe que não, olhe que não. O povo do país que trabalha é aquele menos atreito a confiar em gente como vocelência, vulgo políticos. E olhe também que a intriga não é entretenimento apenas nos corredores e nos sótãos da capital. Também há, e não pouca, intriga sob a sombra dos campanários da província. Se vocelência soubesse os apodos que, não em surdina, lhe reserva o povo do país que trabalha e confia... Ó homem!, os gentios já foram gente de maior vergonha e recato – recorda-se, concereza, da tocaia de apupos e outros mimos que lhe montaram na Covilhã, ou não? Agora no que eles são bons não é a trabalhar ou a confiar. São bons, isso sim, é no exercício do vitupério. Mestres mesmo, os sacanas. Nicky Florentino.