"Estás a sofrer? dói-te?", perguntou o torcionário. A vítima, agonizante, não conseguia responder, por, com o choque, haver cerrado os maxilares e mutilado a língua. O sangue corria infrene da sua boca. O algoz, então, sentou-se calmamente, assentou os cotovelos sobre a mesa, suportou a cabeça nas palmas das mãos e atendeu-o com o olhar. A imagem pareceu-lhe aprazível. Por isso, "gosto do que vejo", disse. Depois furou-lhe as mãos com um berbequim, para que, em mais algum pormenor, o supliciado se parecesse com Cristo. Chamava-se Jesus. E vertia sangue das chagas. O Marquês.