Havia muito que ele não a frequentava. Deitava-se ao seu lado, cumpria o seu papel de costumado marido, mas eximía-se a ser homem, nunca mais a tendo procurado para nela afundar a sua viril disposição. Comentou ela com as amigas o caso. E a sugestão foi que investisse no suborno, na sedução, coisa que, antes, também ela já havia pensado.
Experimentou a receita. No dia seguinte, preparou uma aprimorada refeição. Espalhou velas, acesas, pela casa. Deixou escorrer do sistema hi-fi a música deles, Caetano Veloso. Voltou ao perfume de quando eram namorados. E, mas não se via, vestiu uma lingerie ousada, nova. Ele chegou e revelou-se ostensivamente indiferente. Nem mesmo quando, no quarto, ela se despiu e insinuou ele reagiu. Adormeceu. Lacrimosa, possessa, ela investiu sobre ele. Agrediu-o. Sentiu prazer nisso. Continuou, em crescendo, a agressão. Até ao limite de o sufocar com uma peça da provocadora lingerie que havia comprado nesse mesmo dia. Foi um orgasmo diferente. O Marquês.