Baltasar Gárzon, essa espécie de Torquemada recauchutado, foi entrevistado por duas moçoilas do espesso Expresso, em Madrid. E, às tantas, interpretou o facto de lhe terem deixado uma casca de banana entre os lençóis do seu conjugal leito como um recado mafioso. O homem sofre concerteza de dissonância cognitiva. Então não é evidente que ao deixarem a casca da banana entre os lençóis e não no chão, perto do tapete onde Garzón arruma os chinelos coçados, houve o cuidado de velar pela sua integridade física? Será que o homem não percebeu que uma casca de banana na cama faz escorregar muito menos do que uma casca de banana no soalho encerado? Ou é incompreensão. Ou é ingratidão. Talvez esta última. Os juízes, com a soberba da soberania, tendem à ingratidão. Nicky Florentino.