Estacionou o seu Cavalino Rampante, cor de Benfica. Elas, duas, estremeceram, tocou-as de súbito modo um certo fulgor. Quem seria ele?, que faria ali?, naquele lugar, interrogaram-se a si mesmas, em silêncio, sem o denunciarem uma à outra. Foram elegantes a perseguir os movimentos do rapaz. Ele, embora não as conhecesse, cumprimentou-as. "Bom dia", disse, quando passou. Acabou por sentar-se próximo delas para beber o café. Elas, moças desinibidas, insinuaram a sua presença e apresentaram-se. Ele acedeu. Conversaram. Entretanto, ele informou-as que tinha em projecto, em seguida, ir ali perto, a uma conhecida quinta, fazer a observação de um potro seu e, cavalheiro, convidou-as. Elas parlamentaram por uns instantes e decidiram corresponder ao convite. Acompanharam-no no carro. Deslumbraram-se com a propriedade rústica onde foram conduzidas. Mas o primeiro momento em que expressaram verdadeira estupefacção foi quando, já no interior do estábulo, perceberam que o potro jamais viria a ser cavalo. O ecúleo, afinal, era de madeira. E a lição haveria de lhes ficar vincada no corpo. O Marquês.