Reporto uma estória verídica e breve, com duas personagens apenas, comigo como narrador homodiegético.
Ele, amanhã vou a Lisboa, disse.
Ela, vais?, a que horas?, perguntou.
Ele, em princípio depois de almoço, respondeu.
Ela, olha!, se é assim, se calhar ia contigo, sugeriu.
Ele não reagiu.
Ela, e levas o Golf? ou o outro carro que também tem ar condicionado?, inquiriu.
Ele, não sei ainda, respondeu vago.
Pelo que conheço dele, amanhã ele é rapaz para arrancar para Lisboa ainda antes do almoço. Ou, então, levar um daqueles carros que a incomodam, sem ar condicionado. A escolha está apenas dependente do que ele ajuizar gerar nela maior mágoa e desconforto. Gosto dele, o danado. É simpático. O Marquês.