Confessa, hoje, no Público, o senhor dr. presidente da Câmara Municipal Gaia, "em 12 anos de vida pública, já vivi várias vezes o mesmo ciclo: reconhecimento do mérito - sempre baseado em muito trabalho e nos seus frutos; pequeno erro de omissão (verdadeiro ou quase sempre fabricado) -, campanha violenta e orquestrada de descredibilização de imagem e recomeço de um novo longo período de reabilitação, sempre baseado no trabalho e na capacidade de resistência física e psicológica com que Deus me quis generosamente dotar". É tipicamente de ingénuo. Mas quem é que lhe disse que eram o árduo trabalho e a muita paciência de santo que originavam o reconhecimento do seu mérito? Ó homem!, não é nada disso. É a pouca paciência dos outros para acompanhar a sua acçãozinha autárquica é que lhe garante uma imagem simpática. Por isso, ó homem!, não se iluda com essa das cabalas ou do excesso de atenções canalhas à sua pessoa. Tente passar é despercebido. É disso que os gentios gostam, que não os incomodem. E certamente assim também é na banda baixa da foz do Douro. Pelo menos até tudo acabar. É que nada dura para sempre. Menos ainda a paciência ou a generosidade divina. Nicky Florentino.